O RITUAL
DO SANTUÁRIO
M. L. ANDREASEN
Diretor do Union Collage, nos Estados Unidos,
e professor de Exegese Bíblica no Seminário
Teológico Adventista, em Washington.
Segunda Edição
4 º Milheiro
1948
CASA PUBLICADORA BRASILEIRA
Santo André, E. F. S. J., São Paulo
Título do original em inglês:
THE SANCTUARY SERVICE
Digitação e Diagramação:
S.J.
INTRODUÇíO
Desde aquele dia trágico no Jardim do éden em que nossos primeiros pais pecaram contra Deus, pela desobediência, o amante Pai celestial tem sempre procurado reaver o amor e a companhia de Seus transviados filhos neste mundo. Antes mesmo de ser proferida a maldição contra Adão e Eva, já era feita a promessa relativa à "Semente da mulher", que Se ofereceria como holocausto pelos pecados do mundo, triunfando, por fim, sobre Satanás, a serpente, que induzira a humanidade a rebelar-se contra Deus.
Consoante o plano divino, trouxe Abel dos primogênitos do seu rebanho como sacrifício a Deus; e através dos séculos, até a vinda da "Semente", os que aceitaram o evangelho de salvação manifestaram sua fé no Salvador vindouro, tirando a vida a inocentes animais. Todos esses sacrifícios apontavam para "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". Mediante esses sacrifícios de animais, conservava-se vívida no espírito a grande verdade de que sem derramamento de sangue não há remissão de pecados (Heb. 9:22), e de que unicamente pelo ato de dar a vida o Substituto apontado poderiam homens pecadores ser reconciliados com Deus.
Ao ser o povo de Israel organizado como nação, afim de ser o depositário dos santos oráculos e transmitir ao mundo de antanho a divina mensagem de misericórdia, ordenou o Senhor a Moisés: "E Me farão um santuário, e habitarei no meio deles". O santuário foi construído de acordo com o "modelo" apresentado a Moisés, e Deus prescreveu o ritual para o serviço contínuo.
Esse santuário terrestre, o lugar em que, num sentido especial, Deus habitou entre Seu povo escolhido como Seu Salvador e guia, era o mais sagrado lugar da Terra, e para ele devia convergir o interesse do mundo inteiro.
O centro vital dos serviços do santuário era o sacrifício. Os holocaustos que diariamente ali se ofereciam, apontavam para o maior e perfeito sacrifício que no Calvário se faria.
O ministério de mediação, que tinha em vista a reconciliação e dia após dia se efetuava, e que culminava no extraordinário serviço anual do Dia da Expiação, era "a sombra dos bens futuros". é aí que vamos encontrar os princípios fundamentais do plano da salvação. Todo o sistema era "uma profecia condensada do evangelho", e prefigurava o sacrifício e sacerdócio de Cristo, que, "pela morte", triunfou sobre "o que tinha o império da morte", abrindo assim um caminho vivo para os pobres pecadores transviados.
Quão importante é, pois, que estudemos esse "santuário terrestre" e seu ritual, que eram "sombra das coisas celestiais", e proporcionava uma visão mais ampla da atitude de Deus para com o pecado, de Seu plano para salvar os pecadores, da obra mediadora de Cristo e dos gloriosos mistérios da redenção. Nossa esperança se concentra no "interior do véu", onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, "feito eternamente Sumo-Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque". Processa-se ali o ministério do Seu sangue pelos que hão de herdar a salvação. Ali Sua obra final pela salvação dos perdidos breve chegará a termo.
Deus incumbiu os adventistas do sétimo dia de proclamar as gloriosas verdades atinentes ao ministério de Cristo, no santuário celestial, e a Sua obra final pela redenção dos perdidos. Foi-nos confiada a mensagem da hora do juízo que deve ser dada ao mundo. Para sermos fiéis a esta incumbência, mister se faz que, sempre e sempre, mais e mais nos aprofundemos nestes sagrados mistérios, tornando-nos aptos a apresentar a derradeira mensagem divina à humanidade em toda a sua beleza e poder.
Grandemente abençoou Deus o autor desta obra no estudo e ensino destas verdades magníficas, e, de nossa parte, sinceramente recomendamos este amplo e claro tratado sobre os serviços do santuário a todos os que almejam mais cabalmente conhecer os caminhos divinos.
M. E. KERN
Diretor do Seminário Teológico dos A. S. D.